As fraudes na construção civil em Itapema colocaram o mercado imobiliário da cidade no centro das atenções. O motivo foi a deflagração da Operação Black Flow, em setembro de 2025. A investigação, conduzida pelo GAECO com apoio do Ministério Público de Santa Catarina, apura um esquema que teria movimentado cerca de R$ 90 milhões. A ofensiva resultou em 28 mandados de busca e apreensão e quatro prisões preventivas em três estados. Entre os principais alvos está a construtora B•Fabbriani S.A., sediada no município.
O que está em investigação
O grupo teria criado 43 Sociedades de Propósito Específico (SPEs), mas apenas 16 chegaram a negociar com clientes. Muitas comercializavam imóveis sem o devido registro de incorporação, prática considerada ilegal. O dinheiro recebido era desviado para outras SPEs ou até para contas pessoais, deixando empreendimentos sem recursos para conclusão.
As investigações apontam ainda que o esquema teria lesado pelo menos 168 compradores em um único empreendimento, o Coline Residencial, entregue com graves irregularidades, como ausência de matrícula individualizada e atrasos muito além do cronograma. Também foi identificada uma estrutura empresarial complexa, composta por sete controladoras e uma holding nos Estados Unidos, o que reforça a gravidade do caso e ajuda a compreender a dimensão das fraudes apuradas.
Qual o impacto no mercado
O caso trouxe preocupação ao mercado imobiliário de Itapema, onde é comum o modelo de permuta de terrenos, em que o proprietário recebe unidades após a conclusão da obra.
Somado a isso, as condições de pagamento facilitadas, como entradas baixas e parcelamentos de até oito anos, deixam o fluxo de caixa das construtoras dependente das vendas. Quando há desequilíbrio ou desvio, investidores e compradores ficam expostos.
Como reduzir riscos
Entre os cuidados estão:
- Conferir a documentação da obra e da construtora (registro de incorporação, matrícula do terreno e certidões negativas).
- Pesquisar o histórico da empresa, obras já entregues e possíveis ações judiciais.
- Avaliar o cronograma físico-financeiro da construção.
- Verificar se as condições de pagamento são compatíveis com a execução.
- Negociar apenas com imobiliárias reconhecidas na região.
- Guardar contratos, comprovantes e registros da negociação.
O que esperar daqui para frente
A Operação expõe vulnerabilidades em parte do setor, mas também evidencia a necessidade de maior fiscalização e transparência em empreendimentos imobiliários.
Os próximos desdobramentos da investigação vão indicar os impactos efetivos para o setor em Itapema e região. Enquanto isso, Bombinhas, região próxima, segue como referência de valorização e segurança. A combinação de demanda turística, oferta limitada de terrenos e valorização constante mantém a região entre os destinos mais procurados para investimentos imobiliários no país.

FAQs
1. O que é a Operação Black Flow?
Ação do GAECO e do Ministério Público que apura fraudes no setor da construção civil em Itapema.
2. Qual o valor do esquema?
As investigações apontam movimentação de cerca de R$ 90 milhões.
3. Quantas vítimas já foram identificadas?
No Coline Residencial, pelo menos 168 compradores foram prejudicados.
4. Qual construtora está na mira?
Entre os principais alvos está a B•Fabbriani S.A., com sede em Itapema.
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